As emissões de dióxido de
enxofre e de óxidos de azoto têm crescido quase continuamente desde o início da
Revolução Industrial. Robert Angus Smith, num estudo realizado em Manchester,
Inglaterra, fez em 1852 a primeira demonstração da relação entre a acidez da
chuva e a poluição industrial, cunhando em 1872 a designação chuva ácida.
Apesar da relação entre
precipitação ácida e poluição do ar ter sido descoberta em 1852, o seu estudo
científico sistemático apenas se iniciou nos finais da década de 1960. Harold
Harvey, professor de Ecologia na Universidade de Toronto, publicou em 1972 uns
dos primeiros trabalhos sobre um lago "morto" em resultado da
acidificação das suas águas pela deposição ácida, trazendo a questão da chuva
ácida para a ribalta da política ambiental.
O interesse público pelos
efeitos da chuva ácida iniciou-se na década de 1970, a partir dos Estados
Unidos da América, quando o New York Times publicou os resultados obtidos em
estudos feitos na Hubbard Brook Experimental Forest (HBES), em New Hampshire,
que demonstravam os múltiplos danos ambientais que a acidez da precipitação
estava a causar.
Ao longo das últimas
décadas têm sido reportadas leituras de pH na água de gotas de chuva e em
gotículas de nevoeiro, colhidas em regiões industrializadas, com valores
inferiores a 2,4 (a mesma acidez do vinagre).
A precipitação ácida com
origem industrial é um sério problema em países onde se queimam carvões ricos
em enxofre para gerar calor e eletricidade, como a China e a Rússia. Embora com
outras origens, com destaque para o tráfego automóvel, o problema afeta vastas
regiões da Europa e da América do Norte.
O problema da
precipitação ácida tem crescido com o aumento da população e com a
industrialização, abrangendo áreas crescentes do planeta, com destaque para a
Índia e o sueste asiático. O uso de altas chaminés industriais para dispersar
os gases emitidos tem contribuído para aumentar as áreas afetadas, já que os
poluentes são injetados na circulação atmosférica regional, atingindo vastas
áreas a sotavento do ponto de emissão. Em resultado, é comum a deposição
ocorrer a considerável distância do ponto de emissão, com as regiões
montanhosas a receberem a maior parte da acidez precipitada (simplesmente por
serem áreas de maior precipitação devido às chuvas de montanha). Um exemplo
destes efeitos é a grande acidez da precipitação na Escandinávia quando
comparada com as emissões relativamente baixas ali produzidas.
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